quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Caminhando em direção ao Equador

Caros,
Eis um relato do que se passou nesses 3-4 dias de estrada saindo da latitude de 23º até chegar à 7º. Era para ser uma relato ilustrado com algumas imagens, mas isso fica para o próximo. Se alguém tiver curiosidade, olhe no mapa nosso trajeto, mas isso só ´ra ter noção de onde saímos e onde estamos. Fizemos o percurso em 3 dias, o que nos rendeu uma média de 1000 km/dia. Aquele tipo de coisa que quando você chega ao hotel toma um banho (quando toma) e desmaia. A primeira perna dessa saga foi de São Paulo à Anápolis (GO), onde começa a famosa Belém-Brasília - que não sei por que se chama assim já que não começa em Brasília! O auge deste percurso foi a parada estratégica em Uberaba (MG) onde a mama Lili (mãe do Maureba) estava nos esperando com aquela comidinha mineira leve (tutu, bisteca, couve e etc - e umas cervejas!). Na realidade parecia festa - dizia a lenda que uma faxina geral foi feita para nos receber. O que rendeu muitos comentários da ala masculina-folgada-mineira de que nós deveríamos passar lá mais vezes para que tudo ficasse em ordem. O mais interessante mesmo foi o carinho mineiro. Mama Lili muito orgulhosa e feliz de ver o devasso do filhinho e nos tratou com o mesmo carinho. Bom depois da comilança, e o pudim de leite da Lili seguimos viagem até o destino final deste dia. No caminho o cerrado em chamas, não literalmente mas muito seco. Também encontramos aquele tucano que sempre nos salda em viagens de coleta. Para mim o tucano cruzando a estrada é sempre sinal de que finalmente sai de São Paulo e muito provavelmente pegarei umas arraias.A segunda perna começou às 7 da matina com destino a Araguaina (TO). Um dia sem muitas novidades, aquele mesmo cerrado e a surpresa de que a Belém-Brasília não era tão ruim como esperávamos. Percorremos 800 km sem conseguir tomar uma café que não fosse uma garapa de tanto açúcar. Até que chegamos em Barrolãndia (TO) - que é a capital do mel e não do barro como o nome sugere! Aliás uma digressão intressante, no Tocantins só tem cidade que termina com -ópolis ou -lândia. Bom só cerrado e nossa luta infindável para fazer o som do carro funcionar. Compramos uma daqueles K7s que pode ser conectado em um Ipod - que merda de mistura de tecnologia, é claro que não tinha muito pra dar certo. Primeiro tentamos limpar o cabeçote do toca fitas, o que não resolveu. Depois tentamos desabilitar o auto-reverse do toca-fitas que fica confuso com o sinal que recebe da fita falsa, também não descobrimos como! Mas o fato é que o som funciona quando quer. Algumas vezes stereo, outra mono. Muitas vezes mal equalizado, mas fazer o quê? Assim chegamos em Araguaina e como de costume, comemos e dormimos.Última perna. Nos restavam aproximadamente 900 km para chegar em Belém. O que parecia muito fácil não fosse o fato de que a estrada deu uma pioradinha no Maranhão e no Pará. Mesmo assim temos que dar crédito ao Lulinha-paz-e-amor-tapa-buracos! Não há panelas nessas estradas, simplesmente em alguns casos ela é um pouco irregular. O que garante uma boa média de quilometragem, sem perder os pneus! Aos poucos a paisagem seca do cerrado foi sendo substituída por uma vegetação mais úmida e encorpada - bom encorpada onde ela sobrou. O sul do Pará já era! As cidade de Paragominas - vê se isso é nome de cidade, e as adjacentes fizeram um bom serviço em serrar tudo que esta no sul do Pará. Chegamos em Castanhal por volta das 18 horas e paramos para sacar dinheiro. Depois partimos para Colares. Para tanto é necessário sair da Belém-Brasília e seguir para Vigia (PA). Ai constatamos algumas coisas interessantes. Placas de sinalização para a estrada de Vigia só existe para quem vem de Belém! Então acho que fizemos parte dos milhares que vindos de outras localidades perderam a entrada e tiveram que retornar para encontrar a placa. Isso acontece muito com placas de lombadas. Por falar nisso, geralmente eu não presto muita atenção nem naquelas que tem sinalização, assim imaginem que eu voei sobre inúmeras nesses 3000 km. Outra coisa interessante é que o pessoal no final na noite gosta de deitar na beira do asfalto! Dá pra atropelar uma porção se não ficar esperto. Quando entramos para Colares encontramos uma balsa. Algo que havia me esquecido. Como era a última viagem dessa balsa, resolvemos seguir para Vigia. Cidade - bom quase uma, maior onde a possibilidade de encontrar um lugar para dormir é maior. Foi o que fizemos. Comemos e dormimos.Hoje estamos fazendo uma horinha aqui para depois seguir para Colares, onde provavelmente não haverá como reportar novidades via internet!
Beijos,Fernando

Um comentário:

Unknown disse...
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