domingo, 19 de agosto de 2007

Começaram os trabalhos

Caros amigos,

Eis uma descrição breve sobre nosso cotidiano, esse foi nosso primeiro dia, e os que se seguiram são basicamente versões sobre o mesmo tema – diferindo apenas sobre novas histórias sobre ETs e o aparecimento de novos personagens sinistros que assombram essa região (hoje foi o chupa-chupa, uma versão paraense do chupa cabra pelo que pude entender).
Como não basta ser orientador, tem que participar e até mesmo alimentar, sou responsável pelo café da manha. Como havia dito é anteriormente, nosso “hotel” nãopossui esse serviço. Acordamos bem cedo, e enquanto Verônica e Mauro inicializam o sistema cerebral eu desço até a cozinha para providenciar o café, queijo, manteiga (de verdade), fruta, iogurte e comprar pão na padaria que fica a meia quadra daqui. Alimentados, partimos para beira da Baia de Marajó em um ponto informal de desembarque e ao lado do boteco do Zé Maria, que nos fornece mesas, água, doce e uns refrigerantes essenciais a medida que o sol começa aderreter nossos cé rebros. Uma vez é montada a parafernália parasitologica – impressionante o é que a gente precisa, ou achamos que precisamos, esperamos.
Dependemos de pescadores que começaram a vida como esse menino. Aqui a pesca e completamente artesanal. Vimos apenas uma ou duas embarcações com motor. Geralmente os pescadores, pelo menos aqueles que estão utilizando espenhéis, saem por volta das 11 horas na noite quando o vento os leva para dentro fora. Coletam iscas com redes e colocam o espinhel no meio da madrugada. O espinhel recolhido ao nascer do sol e aproveitam a inversão do vento que começa a soprar na direção mar-terra para retornar ao porto. Dependendo da mar , os barcos chegam sem é poder alcançar a beira da praia; pois na mar baixa, o relevo é lodoso dessa baia for a os pescadores a acompanhar a mar a pé. Nessas embarcações chegam nossos animais. Como tudo conspira contra a manutenção adequada dessas arraias, pois há o pavor que esses pescadores têm desses bichos, a falta de cuidado inerente daqueles que não se importam muito com a coisa e o tempo deste a retirada do espinhel até a chegada ao porto, difícil que os animais cheguem é vivos em nossas mãos. Desta forma, temos que processar o material o mais rápido que podemos para não perder nossos preciosos verminhos. A divisão de atribuções ficou assim: Verônica ficou por conta da retirada amostras de tecido, válvulas e brânquias, Mauro com a fixação do material que a Verônica retira e eu fiquei com o trabalho ingrato de fixar os hspedeiros. Ingrato porque esquecemos as nossas agulhas veterinárias e estamos usando o que tem na farmácia local: agulhas que constantemente entopem, entortam e perdem o fio muito rapidamente. Graça a ao bom Senhor o vento sopra constantemente o que minimiza o perfume do formol. Toda essa diversão durou toda manhã , pois s conseguimos 5 animais nesse dia. Recolhemos o material, deixamos as arraias esticadas no chão para que fixem adequadamente e fomos comer. O almoço aqui mata a gente, tanto que a cidade fica repleta de fantasmas – até os cachorros somem (e olha que tem um monte)! O sol do meio dia às 15 àhoras de matar até paraense. Assim, seguindo o protocolo dos Colarenses demos uma jiboiada e no final da tarde fomos embalar os hospedeiros que havíamos deixado na praia. Esse foi o fim de nosso dia de parasitólogos. Como o dia havia sido
relativamente light, resolvemos dar uma de aracnólogos amadores e partimos em uma noite linda de estrelada para uma estrada de terrapróxima cidade em busca de escorpiões para o Ricardo. Caminhamos até o Maureba reclamar dos sapatos, mas nessas duas horas de caminhada demos muitas risadas com as histórias que todos tinham a compartilhar de nossos tempos de estudantes secundaristas. Chegamos a conclusão que todos nós fomos muito delinquentes nessa idade, mas escorpiões para o Ricardo ficamos devendo!
Beijos a abraços a todos.
Fernando, Verônica e Mauro

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